quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Novo Homem

30 anos de silêncio de Jesus enquanto viveu em Nazaré (As imagens nos slides são de ruínas da antiga vila). Geografia do crescimento de Sua humanidade. Em tempos de exaltação do humanismo, creio, ser importante meditar na humanidade de Jesus. Esta é a nova criação de Deus. O novo homem de Deus. Ele Se encarnou, e foi criado na terra como todos os homens, sob o cuidado de Seu Pai. Gosto de pensar e imaginar Jesus na carpintaria de seu pai adotivo (José). Cuidando durante 30 anos de objetos de camponeses e pastores, seus vizinhos. Imagino que esses objetos passavam de pai para filho (não havia consumismo industrial ainda), e deveriam ser consertados sempre. Repetição. Uma mente normal ficaria condicionada ao reducionismo. A mente, a alma e espiritualidade de Jesus cresciam: "Crescia o menino e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele" - Lucas 2:40.
Intelecto, emoção e vontade formados pela consciência de Deus, e não pelas batidas repetidas de martelos em pregos nem pelo universo cultural da vila durante 30 anos.
Razão, emoção e vontade em harmonia. Inteligência e afetividades não divididas, mas integradas pelo amor a Deus. A vontade em Jesus não está em contradição com sua inteligência e emoção. Assim, a vontade de Deus é feita sem oposição : “ A vontade é a cidadela contra a qual se dirigem todas as forças da tentação, e dentro desta cidadela Jesus rechaçou estas tentações sob a luz de uma inteligência clara e no poder de uma afeição não dividida”.

Seu físico não foi afetado (depois de 35 anos nos aposentamos, Jesus após 30 anos de trabalho começou seu ministério). Ao invés de falência física, Jesus estava crescendo durante esse tempo em Nazaré.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

TEOFOBIA

"Teofobia". Neologismo: medo de Deus. Aversão a Deus. Rejeição a Deus. Seria um passo a mais no movimento de se esconder de Deus. De fingir-se que Ele não está perto, ou que não se está ouvindo Sua voz. Essa reflexão vem do momento em que Adão, nu e escondido no paraíso, responde a Deus que por estar nu, teve medo.
Medo primitivo em relação a Deus, pai de todos os medos. Nessa condição humana, a voz de Deus não é um chamado á comunhão no fim do dia. Não é a voz de um pastor, conhecida, amigável, nem é transmissora de segurança e paz. Ouve-se, essa qualidade não foi perdida, mas o resultado é a perturbação da alma, a insegurança, o autonomismo que produz o medo.  
Contudo, a voz de Deus não mudou. Mas a percepção humana havia mudado, sim.
A teofobia tem se multiplicado por conta da multiplicação da humanidade sem relacionamento com Deus. 
Mas a mensagem de vida dos profetas e dos apóstolos é para a vida com Deus, e no Novo Testamento é revelado como se vive esta vida: a partir de uma nova humanidade i.e., a de Cristo.
Jesus exemplifica uma humanidade sem teofobia, mas em harmonia com Deus. Está na "oração do Pai Nosso". "Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu". Enquanto habitante da terra, Jesus alcança o céu, sabendo que ambos N´Ele estão unidos. Não há medo aqui. Pode então, invocar a existência do reino de Deus.
"O perfeito amor lança fora todo o medo", escreveu o apóstolo João. Se ele aplicou isso a sua vida, como creio que aplicou, por isso pode ver a Revelação. Pode estar numa ilha enquanto sentenciado pelo Império Romano, e mesmo assim, entrou no céu, no céu que um dia descerá, e como Jesus orou, céu que virá para constituir tudo novo. Será que é pela falta de teofobia em João, que seu apocalipse está cheio de "vi", "ouvi"? João não só vê e ouve, como pergunta, chora, se emociona, participa. Torna-se inclusive, o cronista da tudo o que vive. Sem medo ouviu Jesus, e foi chamado a entrar nas moradas de Deus.
Portanto, não pode haver teofobia em quem nasceu de novo.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Realmente insubstituível

"Theres is no substitute for Theology". Quem escreveu isso foi A. W. Tozer em um de seus artigos. Respondia então, porque a Teologia estava tão "desinteressante" para o mundo materialista e humanista de quase 60 anos atrás (Que dirá hoje...). Não que a Teologia tenha perdido sua importância, mas seu desfavorecimento se deve ao fato das pessoas se esconderem de Deus, e assim para viverem em paz consigo mesmas, melhor esquecerem que não estão em paz com Ele. Claro. Faz sentido. Dá para entender melhor certos comportamentos.... dos de fora, e pior dos de dentro. Sem Teologia a cabeça não regenerada torna-se uma usina do existencialismo. E sem Deus a quem tenha de se responder pelos pensamentos e ações, não há responsabilidade. Não há nem fatos, porque se "nada fiz", logo "nada aconteceu".
Mais ainda: para quê me importar com assuntos teológicos se ao procurar saber sobre o amor de Deus, aprendo que devo prática-lo e não apenas conhece-lo?  Para que investir tempo e aprofundar-me sobre o caráter santo de Deus, se ao olhar para aquela luz, não será possível me acomodar prazerosamente em meio ás trevas?
"The secret of life is theological and the key to heaven as well. We learn with difficulty, forget easily and suffer many distractions. Therefore we should set our hearts to study theology", disse o Pr. Tozer.
Tozer é um mestre e pastor no sentido de guiar pelas "antigas veredas" do caminho santo.



terça-feira, 30 de novembro de 2010

A Encarnação de Cristo - Christ Incarnation


Para não cair no lugar-comum da crítica sem solução, então passemos a falar de Cristo. A buscar pelas Escrituras, e em autores "esquecidos" como Campbell Morgan, alguns significados da Encarnação de Cristo.
Poucos autores hoje ( pelo menos best-sellers, daí fora das prateleiras) escrevem sobre os grandes insights da Teologia Cristã, como a Encarnação. Mas toda a Teologia Cristã fica comprometida se não se compreende porque Deus teve de se tornar Homem, em carne e osso.
A forma quase gnóstica como Deus é adorado atualmente, é resultado direto do não conhecimento, meditação e práticas cristãs do que significa a Sua encarnação.

Falando de Jesus

Francis Schaeffer escreveu uns quarenta e tantos anos atrás, que o problema do Cristianismo seria a ausência do Cristo das Escrituras, isto é, a próxima geração (a atual) experimentaria isso. Concordo e me incomodo. Costumo dizer que o Schaeffer foi um profeta através do intelecto cristão. O Cristianismo atual fala de muitas coisas, mas ouço e vejo pouco sobre Cristo. Toda essa geração está crescendo sem saber quem Ele é. Muito discurso midiático, muito modismo gospel, muitas performances esquemáticas, muita música, muita pregação, congressos, encontros, summits, etc....mas nada do Filho do Homem, a não ser, para não ser injusto, uma invocação de Seu Nome.
Essa é a tendência mais expressiva no Cristianismo Ocidental pós-moderno. Aquela que aparece nos meios de comunicação, nas mídias.
Há outra tendência: os que criticam esses comportamentos. Eticamente corretos, criticam, publicam, afastam-se das igrejas, querem mudar suas formas. Não é nada disso, nem daquilo. Mas desses também não ouço falar de Jesus Cristo desse lado do oceano cristão.
Cristianismo sem Cristo.
A esperança de tudo isso mudar, para mim, é a seguinte: Ele está presente. Desde que ressuscitou e enviou Seu Espírito, está presente. Por isso, enquanto estiver presente, há esperança. Aquela que Paulo nomeou aos Colossenses: "Cristo em vós, a esperança da glória".
Cristo se tornou um mistério.
O lado bom disso é que aos que O querem conhecer, as Escrituras e o Espírito estão ao nosso alcançe.
"Resolvi nada saber entre vocês, a não ser Cristo", disse o apóstolo. O apóstolo. Apóstolo é aquele que é enviado para trazer a revelação de Cristo. De Cristo, não de coisas passageiras, como a glória no rosto de Moisés.
Então, quero ir ao encontro de Cristo das Escrituras. Assim crendo, não sofrerei a angústia do ministro de Candace, na sua liteira e lendo Isaías: "De quem o profeta está falando?"