sexta-feira, 30 de maio de 2008

Esse Cristianismo que vejo

Abrir uma mídia e ver diante dos olhos o cristianismo moderno, no Brasil.
Pelo menos, do cristianismo visível, que tem poder para estar numa mídia. Não falo dos milhares que tecem a cada dia, pela graça do Espírito Santo, a construção do que será o cristianismo brasileiro.
Falo daqueles que vêm a público, como pretensos porta-vozes deste cristianismo. Como se este não tivesse um Senhor. Como se fosse terra-de-ninguém provocando a chance de tomar posse.
Aliás, falam pouco ou nada deste Senhor. Afinal, por que dividir o domínio, não é mesmo?
Aparecem como profetas querendo levar o povo de Deus a Terra Prometida. Mas não se sabe quem lhes deu esta autoridade.
Não são vozes que clamam no deserto, preparando o caminho do Senhor. Estão preparando seus próprios caminhos. São "despachantes" do Reino de Deus. Crescem no comodismo dos que não buscam a Deus em Espírito e em verdade.
Tais, precisam de "despachantes" para saber como Deus é, o que Ele quer, o que vai fazer.
E a "comissão" que os tais "despachantes" ganham é o sentarem-se em cadeiras de líderes.
Dividindo o povo de Deus em quinhões dos que concordam ou não com suas linhas de pensamento e interpretação.
Talvez este seja o grande problema do cristianismo brasileiro. Acefalia. Cristo é o Cabeça da Igreja. Mas tem se recorrido pouco a Ele, para se saber Sua mente, Sua vontade, Sua direção. Vive-se das culturas criadas dentro dos vários movimentos que juntos formam este cristianismo. Nutre-se a alma e os espíritos com aquilo que os mais dotados, intelectual e espiritualmente possuem e transmitem para estas culturas.
É um filão generoso. Por isto muitos, mais sabidos, estão lutando por ele.
E atingiu várias áreas do cristianismo: na música; no ensino; na pregação; na eclesiologia; na comunhão dos cristãos; nas famílias;
É um filão sem fim, porque a cada criação de um lado, o outro gera uma contrapartida para se autolegitimar como autêntico. Mas sem referencial.
Até mesmo escrever sobre isso, é tão complicado, que já cheira à criação de um partido, o que a Palavra de Deus instrue a não se fazer.
Então vou parar por aqui. Tenho medo de me empolgar com isso, deixar meu cabelo ou barba crescerem, colocar alguma sandália de couro e sair por aí, proclamando coisas. Talvez me agarrar a um terno azul marinho para defender a tradição pastoral, a forma e a força de sempre na pregação. Quem sabe uma camisa florida e bermuda para mostrar um novo tipo de pastor para um novo tempo de igreja moderna.
Pior, se começar a achar que posso com um teclado, re-formatar a igreja de Jesus Cristo.