sábado, 29 de fevereiro de 2020

O Jesus dos Evangelhos

O Jesus dos Evangelhos.
Ele surgiu e atuou durante três anos.
Os evangelistas falam nada ou pouquíssimo sobre sua vida nos trinta anos anteriores. Sabe-se que viveu em Nazaré e que era carpinteiro, filho de Maria e de José. Este dado da paternidade para incluí-lo na linhagem de Davi, de onde viria o messias prometido.
Nos três anos em que atuou, vê-se nos textos com nitidez o que ele fazia:
Curava pessoas de todas as enfermidades. Exorcisava demônios e curava pessoas de perturbações mentais. Ressuscitou pessoas também.
Onde Jesus estava havia muito barulho de pessoas procurando seus milagres instantâneos.
Mas não se identificou apenas como milagreiro e exorcista.
Também alterou o estado das coisas ao transformar água em vinho, andar sobre as águas, dar ordens aos ventos e as ondas para que se acalmassem.
Ensinava sempre. Fazia muito uso da palavra. Os textos dizem que as pessoas se maravilhavam de seu ensino, porque era dado com autoridade. Porque ele não se baseava em nenhuma doutrina conhecida para validar seu ensino. Além disso, ensinava e usava a palavra com graça. Por isto, Foi identificado com os grandes profetas da história de Israel.
Mas ele não assumiu esta identidade, tampouco.
Como mestre ele não pertencia a nenhuma das facções do judaísmo da época. Por isso, todas as facções o perseguiram. Ele não foi encaixado em nenhuma das religiões vigentes, dentro de seu tempo histórico.
Chamavam-no de mestre, rabi, raboni (Maria Madalena no sepulcro), mas não era de nenhuma escola.
Multiplicou pães e peixes e alimentou multidões. Queriam coroa-lo como rei. Ele saiu fora disso. E ainda mandou embora quem achasse que essa era a missão dele na terra. Enigmaticamente disse que o pão era a sua carne e que a bebida era seu sangue. Muitos foram embora na hora. Restou apenas os doze e possivelmente os mais próximos.
Em seu tempo a Palestina era um barril de pólvora político tudo sob o poder impiedoso de Roma. Razões haviam para se fazer justiça principalmente aos mais fracos e oprimidos.
Ele tinha oportunidade de ficar de qualquer lado se o que chamava de justiça (Sermão do Monte) usasse como veículo alguma das posições á escolha. Em seu seleto grupo tinha um zelote (seita radical que aceitava matar o inimigo para expulsa-lo da terra santa) e um publicano (ex-funcionário cobrador de impostos corrupto e opressor do povo).
Ele vivia entre os mais pobres : camponeses, artesãos, pescadores, soldados, e disse que para os tais estava sendo pregado o Reino dos céus. Ele não era camarada dos sacerdotes e escribas de Jerusalém, e quando ia lá tinha problemas com eles. Quebrou as bancadas dos cambistas. Disse que o templo cairia. Pregava dentro, nas festas, quando templo estava lotado de peregrinos.
Mas no Sinédrio (tribunal judaico ocupado pela elite econômica e social da Judéia) deles tinha seguidores de Jesus como José de Arimatéia e Nicodemus. Isso mostra que Jesus não fechava as portas para quem o procurava por ser da classe A ou B. Ele não tinha ódio de ricos ou de classes. Amou um jovem rico que disse ser cumpridor de todos os mandamentos. Jesus disse para ele dar tudo aos pobres e segui-lo. O jovem não conseguiu. Então dinheiro não era a motivação de Jesus.
No grupo de seguidores de Jesus também tinha mulheres. Inclusive que algumas que o sustentavam financeiramente, pois ele e seu pequeno grupo só viviam nestes três anos cumprindo este ministério. Mas as Marias, largaram tudo para seguir o rabi.
Então quando o quiserem eleger como líder das massas oprimidas, de seus seguidores curados e tumultuadores da pax romana, ele não quis.
Aí começou a dizer que sua missão era chegar em Jerusalém e DAR sua vida. Esta missão inclusive não seria coisa da cabeça dele, mas como missão determinada por seu Pai. Ninguém entendeu.
Só depois da ressurreição, que também está nos quatro evangelhos, é que se vê um Tomé dizendo a ele : "Senhor meu e Deus meu!".
E até hoje é difícil entender. Porque é difícil enquadrar Jesus num molde da história que estiver acontecendo. Por isso, o colocam em cenários ou situações ás quais nos evangelhos, ele não se encaixa.
Os evangelhos são a base tanto para o Jesus da fé, quanto para o Jesus histórico. E nestes evangelhos ele é o que está lá.
A menos que se invente um Jesus tanto para a fé quanto para a história.
Aí vale tudo, ou pelo menos tudo que não tenha de responder a nada a não ser a si mesmo.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Aula 03 - Em Jesus nasce uma nova humanidade
https://www.youtube.com/watch?v=UrpTtvzUwI8&t=19s

Nesta aula vamos entrar em um tema muito importante para uma compreensão de Jesus Cristo.
É necessário se retirar da vinda de Jesus, seus os possíveis significados.
Um destes significados abordados aqui é a nova humanidade a qual se forma com a vinda de Jesus ao mundo.
Aula 02 - Plenitude dos tempos


Nesta breve reflexão, o comentário é sobre a chamada plenitude dos tempos, para falar da vinda de Jesus ao mundo.
O mundo do primeiro século e suas implicações.




Aula 1 -A necessidade de Cristo ao centro - Canal do Ramon

https://www.youtube.com/watch?v=qgrtluJC5zY&t=6s

O eixo central para a fé cristã, é a Pessoa de Jesus Cristo. Isso é óbvio. Porém, vamos notando a ausência de Jesus no meio da fé cristã muitas vezes, na história. Isso tem criado um cristianismo sem Cristo, ou com Cristo abaixo da tradição que o cria ou mantem.
Nos tempos atuais isso fica muito claro, bastando uma mínima observação em todos os discursos cristãos. Portanto, falta á geração atual algum conhecimento mais embasado nas Escrituras e por que não, na própria tradição cristã, sobre quem é Jesus Cristo.



segunda-feira, 9 de março de 2015

No capítulo intitulado "O VENENO DO SUBJETIVISMO",  do livro Christian Reflections, Edição de 1967, C. S. Lewis escreve algumas coisas que são pertinentes ao século XXI. Pensadores como ele, sempre se adiantam no tempo, e podem refletir (no melhor sentido do termo) a partir do presente.;
Diz o Lewis sobre o Subjetivismo e como ele iria passar a influenciar o juízo de valores, por exemplo, e até mesmo o modo de se fazer ciência:
"O cientista tem de aceitar a validade de sua própria lógica (em resistência á velha forma de Platão ou Spinoza) mesmo que seja sua lógica seja simplesmente subjetiva e por isso, daqui para a frente ele só poderá flertar com o subjetivismo. É verdade que este flerte, ás vezes, pode dar em algo muito bom. Existem cientistas, ouvi dizer, que retiraram de seus vocabulários as palavras verdade e realidade e não se espere da finalidade de seus trabalhos, mostrar o que há lá, mas simplesmente se adquirir resultados práticos. Isto é, sem dúvida, um sintoma mau. Mas, de maneira geral, o subjetivismo é um parceiro incômodo que, o perigo para a pesquisa, neste âmbito é continuamente frustrado.
Mas, quando vamos para a razão prática os efeitos ruinosos podem ser encontrados operantes em plena força. Quero dizer por razão prática nosso julgamento de bom e mau. Se você se surpreendeu por eu ter incluído isto sob a hierarquia da razão, deixe me lembra-lo que sua surpresa é em si mesma, um resultado do subjetivismo, do qual estou argumentando. Antes dos tempos modernos nenhum pensador de primeiro nível jamais duvidou que nossos juízos de valor fossem juízos racionais ou que eles descobriam fosse subjetivo. Isso passou a ser usado para garantir haveria uma oposição á tentação da paixão, não apenas aquele sentimento, mas á própria razão. Assim, o pensamento de Platão, Aristóteles, Hooker, Butler e Dr. Johnson. A visão moderna é muito diferente. Esta não acredita que os juízos de valor são realmente juízos no sentido absoluto. Eles são sentimentos, ou complexos, ou atitudes produzidos em uma comunidade pela pressão de seu ambiente e suas tradições e deferem-se de uma comunidade para outra. Dizer que algo é bom é simples expressar nosso sentimento a respeito disto; e nosso sentimento a respeito disto é o sentimento ao qual fomos socialmente condicionados a ter" - Pps. 72/73.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Ressurreição; Nova Vida; Resiliência


Ser resiliente. Se cortaram seu crescimento no sentido vertical, cresça horizontalmente. Construa uma vida nova a partir da velha que morreu. (É este é o cumprimento da Ressurreição de Cristo na vida prática). O importante é que esteja plantado junto a uma fonte boa - Salmos 1.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

ENTÃO, É NATAL!

O que alguns cristãos ao longo dos séculos perceberam (no sentido reflexivo em relação á Revelação de Deus) sobre o Natal:

"Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação" - Paulo de Tarso (Colossenses 1:15)

"Quis (Cristo) nascer hoje no tempo para levar-nos até à eternidade do Pai. Deus fez-se homem para que o homem se fizesse Deus... O homem pecou e converteu-se em réu; Deus nasceu como homem, para que fosse libertado o réu. O homem caiu, porém Deus descendeu. Caiu o homem miseravelmente, descendeu Deus misericordiosamente; caiu o homem pela soberba, descendeu Deus com sua graça"
(Santo Agostinho - Sermão 13) - Agostinho de Hipona. Fonte: http://agustinianum.blogspot.com.br/2006/12/natal-segundo-santo-agostinho.html

"Na natureza de servo, portanto, que ele, na plenitude dos tempos, assumiu em vista da nossa redenção, é menor do que o Pai; mas na natureza de Deus, na qual existia desde antes dos tempos, é igual ao Pai. Em sua humildade humana, foi feito da mulher, foi feito sob a Lei 8, continuando a ser Deus, em sua majestade divina, o Verbo divino, por quem foram feitas todas as coisas 9. Portanto, aquele que, em sua natureza de Deus, fez o homem, revestiu uma forma de servo, fazendo-se homem; é o mesmo o que é Deus na majestade desse revestir-se e homem na humildade da forma revestida. Cada uma das naturezas conserva integralmente suas propriedades: nem a de Deus modifica a de servo, nem a de servo diminui a de Deus. O mistério, pois, da força unida à fraqueza, permite que o Filho, em sua natureza humana, se diga menor do que o Pai, embora em sua natureza divina lhe seja igual, pois a divindade da Trindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo é uma só. Na Trindade o eterno nada tem de temporal, nem existe dissemelhança na divina natureza: lá a vontade não difere, a substância é a mesma, a potência igual, e não são três Deuses, unidade verdadeira e indissociável é essa, onde não pode existir diversidade." - Leão Magno. Fonte: http://www.veritatis.com.br/patristica/obras/8561-o-natal-do-senhor

“O mistério da humanidade de Cristo, o fato de Ele ter descido ao ponto de revestir-Se de carne humana, está além de toda compreensão humana.” - Martinho Lutero. Fonte: http://frasescristas.wordpress.com/2012/05/13/frases-de-martinho-lutero/

"Nascimento virginal. Quando falamos da humanidade de Cristo, convém começar pela consideração sobre o nascimento virginal de Cristo. A Escritura assevera claramente que Jesus foi concebido no ventre de sua mãe, Maria, por uma obra miraculosa do Espírito Santo, sem pai humano.
“foi assim o nascimento de Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, mas, antes que se unissem, achou-se grávida pelo Espírito Santo” (Mt 1.18). Logo em seguida o anjo do Senhor disse a José, que era comprometido com Maria: “José, filho de Davi, não tema receber Maria como sua esposa, pois o que nela foi gerado procede do Espírito Santo” (Mt 1.20). Então, lemos: “Ao acordar, José fez o que o anjo do Senhor lhe tinha ordenado e recebeu Maria como sua esposa. Mas não teve relações com ela enquanto ela não deu à luz um filho. E ele lhe pôs o nome de Jesus” (Mt 1.24,25).
O mesmo fato é afirmado no evangelho de Lucas, onde lemos a respeito da aparição do anjo Gabriel a Maria. Após o anjo ter-lhe dito que ela teria um filho, Maria disse: “Como acontecerá isso, se sou virgem?” O anjo respondeu: “O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com a sua sombra. Assim, aquele que há de nascer será chamado Santo, Filho de Deus” (Lc 1. 34,35; cf. 3.23).
Só essa afirmação da Escritura sobre o nascimento virginal de Cristo já nos dá a autorização suficiente para abraçar essa doutrina. Contudo, há também algumas implicações doutrinárias cruciais do nascimento virginal que ilustram sua importância. Podemos vê-las ao menos em três áreas:
a. Ela mostra que em última instância a salvação vem do Senhor, O nascimento virginal de Cristo é o lembrete inconfundível do fato de que a salvação não pode nunca vir por intermédio do esforço humano, mas deve ser obra sobrenatural de Deus. Esse fato estava evidente já no começo da vida de Jesus: ‘Mas, quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo da Lei [...] para que recebêssemos a adoção de filhos” (Gl 4.4,5).
b. O nascimento virginal tornou possível a união da plena divindade com a plena humanidade em uma só pessoa. Esse foi o meio que Deus usou para enviar seu Filho (Jo 3.16; Gl 4.4) ao mundo como homem. Se pensarmos por um momento em outros modos possíveis pelos quais Cristo poderia ter vindo ao mundo, nenhum deles seria claramente a união entre divindade e humanidade em uma pessoa. Provavelmente teria sido possível Deus criar Jesus como ser humano completo no céu e enviá-lo do céu para a terra sem o concurso de qualquer progenitor humano. Mas assim seria muito difícil vermos como Jesus poderia ser plenamente humano como nós somos. Por outro lado, provavelmente também teria sido possível Deus enviar Jesus ao mundo com dois pais humanos, tanto o pai como a mãe, e fazer unir miraculosamente sua plena natureza divina à natureza humana em algum ponto, bem no começo de sua vida. Mas assim seria difícil entendermos como Jesus poderia ser plenamente Deus, já que sua origem seria igual a nossa em cada detalhe. Quando pensamos nessas duas outras possibilidades, isso nos ajuda a entender como Deus, em sua sabedoria, ordenou a combinação da influência humana e divina no nascimento de Cristo, de forma que sua plena humanidade seria evidente a partir de seu nascimento humano comum procedente de uma mãe humana, e a sua plena divindade seria evidente a partir do fato de sua concepção no ventre de Maria pela obra poderosa do Espírito Santo.
c. O nascimento virginal também torna possível a verdadeira humanidade de Cristo sem o pecado herdado. Como já observamos no capítulo 14, todos os seres humanos herdaram do primeiro pai, Adão, a culpa legal e a corrupção da natureza moral. Mas o fato de que Jesus não teve um pai humano significa que a linha de descendência de Adão é parcialmente interrompida. Jesus não descendeu de Adão exatamente da mesma forma que quaisquer outros seres humanos descenderam de Adão. Isso nos ajuda a entender por que a culpa legal e a corrupção moral que pertencem a todos os outros seres humanos não pertencem a Cristo." Fonte: https://sites.google.com/site/estudosbiblicossolascriptura/Home/5--jesus-cristo

"Na primeira edição do Sunday Service (1784), uma adaptação feita por John Wesley do Livro de Oração Comun, consta uma liturgia para o dia de Natal, com a seguinte oração: Deus todo-poderoso, que nos deu seu unigênito Filho, que se tornou um de nós, nascendo da Virgem. Garantiu que nós, sendo regenerados e feitos seus filhos por adoção e graça, possamos a cada dia ser renovados pelo Santo Espírito, por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo que vive e reina com Ele e o mesmo Espírito, único Deus, eternamente. Amém" Fonte: Barbosa, José Carlos em Adora a Sabedoria de Deus, pág. 276.

"The Eternal One caught in a moment of time. Omnipresence coralled in a cave manger. Omnipotence cradled in a helpless infant who could not even raise. His head from the straw. Omniscience confined in a baby who could not say a word. The Christ who created the heavens and the earth cradled in a manger in a cave stable. What condescending love! And what divine wisdom! For when God would draw near to cold, cruel, sinful, suffering humanity, He placed a baby in a manger at Bethlehem. The quickest way to the human heart is by way of an innocent litlle child. In infinite wisdom God planned it thus. And so today the story most loved the world around is the one found in Luke 2:1-20 - John Wesley em The Wesleyan Bible Commentary, pág. 221.