quarta-feira, 4 de novembro de 2009

A revelation to the romans

Como de fato se consolida a vida cristã? Como de fato tenho certeza de que estou vivendo algo mais com Deus, com a espiritualidade, com o mundo visível, desde que me tornei cristão?

O cristianismo está cheio de fórmulas e clichês. Pode parecer, mas isso não é de hoje. É coisa de séculos. A diferença é que na pós-modernidade não há longa duração de uma concepção teológica, a ponto de se tornar parte de uma cultura.

Quando alguém se converte, aliás desde o momento de sua conversão, são apresentadas fórmulas: "Aceite que sua vida vai mudar"; "É só aceitar Jesus"; "Você vai receber a vitória seguindo Jesus...(aqui nesta igreja X ou Y)"; "Procure o poder do Espírito Santo para derrotar..." etc.

Acontece que tirando a graça e a misericórdia transformadoras de Deus, estas fórmulas com o tempo, parecem que não resolvem. Parece que a vida mudou em algum sentido, mas não pleno, não como "sinto" que deveria ser.

Então, encontramos em Romanos 6 o caminho: "fomos pois sepultados com ele na morte pelo batismo; para que como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida(...) sabendo isto: que foi cricificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos".

Isso não é uma fórmula para se viver feliz. É o caminho para ser cristão. O primeiro passo neste novo e vivo caminho é considerar-se morto com Cristo, em sua morte, pelo (meu) batismo. E mais ainda pela fé, sabendo que já estou ressuscitado para uma nova vida sem necessariamente a realidade do viver pecaminoso. Minha vida foi "zerada". Nasci de novo. Não simplesmente entrei para a igreja evangélica para ter experiências por lá.

No slide anexo há uma representação de Romanos 7: "porque bem sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal, vendido á escravidão do pecado. Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto. Ora, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas o pecado que habita em mim". Porque Paulo começa a tratar do tema que esta nova vida é para ser desenvolvida de forma diferente. Mas muitos cristãos.... milhares....vivem no desespero de Romanos 7. Então procuram a Lei ( que é boa e espiritual, segundo o texto), para se abrigar, para fugir da imoralidade, das velhas lembranças, da procrastinação, das mentiras, das falhas, dos deslizes, da ira, da maledicência... do pecado enfim....

Acontece que a Lei ao ser invocada, e ela é invocada no cristianismo toda hora... a Lei é algo incompreendido e mal usado no cristianismo.. ao apelar-se para a lei, na tentativa de me libertar do pecado, a única coisa que ela pode fazer é mostrar que estou (e que sou ) no pecado. É a sua função básica. Aí que muitos caem. Outros fazem da Lei uma parceira, ou uma trincheira para viverem escondidos de seus pecados, como se eles não houvessem mais. Aumenta a culpa. Aumenta a carga... aumenta o crédito do pecado. Porque a Lei sempre vai me mostrar o final de tudo isto: "o salário do pecado é a morte".

Mas....não estou morto com Cristo? Não está escrito que o corpo do pecado está destruído?

Sim. Aí que devemos apelar para a obra de Cristo na Sua cruz. Nesta luta entre minha consciência cristã para o bem, e dos meus membros para o mal que não quero fazer, não é a Lei que me salva, mas a graça da cruz. O perdão, a redenção, o morrer com Cristo, como foi vivido no drama do batismo. E seguindo o roteiro do mesmo drama: estou ressuscitado com Cristo.

Esse é o poder incutido pelo Espírito Santo, para que o corpo do pecado seja morto, completamente aniquilado e assim desfeito o seu poder de atuação em minha nova vida cristã.

E isso nos leva a Romanos 8. A vida cristã não é pela Lei, nem por fórmulas mágicas, ou humanistas, ou por auto-ajudas, nem por "auto" algumas. Onde antes havia o poder da Lei, agora há a Pessoa do Espírito Santo. É para Ele que apelo. É Ele quem vem andar comigo nesta novidade de vida. Quando meus membros quiserem se rebelar e me tentarem me carregar de volta ao pecado deste mundo visível ou invísivel, O Espírito Santo vai operar em mim. Vai trazer a morte e a ressurreição de Cristo como uma realidade. Ele vai confirmar a vitória sobre a carne com paz... Cessa o conflito interior, entre meu ser interior e meus membros. Cessa o conflito entre eu e as outras pessoas. Já não há mais transferência de culpas e acusações. Essa paz...a paz que o mundo não conhece porque não pode me dar.

Assim juntos, estarei sendo preparado diariamente para o Encontro, para a Transformação na Eternidade. Enquanto isso sou testemunha da presença viva de Cristo na Terra. Ele está atuando. Desde que subiu ao céu depois de Sua ressurreição, enviou o Espírito Santo e assim há, como diz o N.T. Wright o ponto de encontro entre o céu e a terra.

Quando a Igreja de Cristo não for mais um lugar do desenvolvimento de teorias, filosofias, esquemas e fórmulas... quando nós vivermos nessa plenitude do Espírito e não da condenação da lei...o mundo conhecerá o Evangelho.

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