segunda-feira, 9 de março de 2015

No capítulo intitulado "O VENENO DO SUBJETIVISMO",  do livro Christian Reflections, Edição de 1967, C. S. Lewis escreve algumas coisas que são pertinentes ao século XXI. Pensadores como ele, sempre se adiantam no tempo, e podem refletir (no melhor sentido do termo) a partir do presente.;
Diz o Lewis sobre o Subjetivismo e como ele iria passar a influenciar o juízo de valores, por exemplo, e até mesmo o modo de se fazer ciência:
"O cientista tem de aceitar a validade de sua própria lógica (em resistência á velha forma de Platão ou Spinoza) mesmo que seja sua lógica seja simplesmente subjetiva e por isso, daqui para a frente ele só poderá flertar com o subjetivismo. É verdade que este flerte, ás vezes, pode dar em algo muito bom. Existem cientistas, ouvi dizer, que retiraram de seus vocabulários as palavras verdade e realidade e não se espere da finalidade de seus trabalhos, mostrar o que há lá, mas simplesmente se adquirir resultados práticos. Isto é, sem dúvida, um sintoma mau. Mas, de maneira geral, o subjetivismo é um parceiro incômodo que, o perigo para a pesquisa, neste âmbito é continuamente frustrado.
Mas, quando vamos para a razão prática os efeitos ruinosos podem ser encontrados operantes em plena força. Quero dizer por razão prática nosso julgamento de bom e mau. Se você se surpreendeu por eu ter incluído isto sob a hierarquia da razão, deixe me lembra-lo que sua surpresa é em si mesma, um resultado do subjetivismo, do qual estou argumentando. Antes dos tempos modernos nenhum pensador de primeiro nível jamais duvidou que nossos juízos de valor fossem juízos racionais ou que eles descobriam fosse subjetivo. Isso passou a ser usado para garantir haveria uma oposição á tentação da paixão, não apenas aquele sentimento, mas á própria razão. Assim, o pensamento de Platão, Aristóteles, Hooker, Butler e Dr. Johnson. A visão moderna é muito diferente. Esta não acredita que os juízos de valor são realmente juízos no sentido absoluto. Eles são sentimentos, ou complexos, ou atitudes produzidos em uma comunidade pela pressão de seu ambiente e suas tradições e deferem-se de uma comunidade para outra. Dizer que algo é bom é simples expressar nosso sentimento a respeito disto; e nosso sentimento a respeito disto é o sentimento ao qual fomos socialmente condicionados a ter" - Pps. 72/73.

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